Dance

Alphonse Mucha



Alphonse Mucha. Dance. From The Arts Series. 1898.
Color lithograph. 60 x 38 cm.

Memories

Within Temptation

With Arms Wide Open

Creed

Chéri

Colette



Chéri, romance publicado em 1920, aborda o delicado tema da sedução amorosa entre uma bela cortesã a caminho da meia-idade e um adolescente mimado. 
Chéri, de uma cálida voluptuosidade, rompe com os cânones da época - ele com as suas infantilidades e pequenos amuos, é quem se deixa amar. Ela, uma mulher experiente, aceita com serenidade o prazer que ele lhe proporciona e não descura nenhum pormenor da sua educação amorosa. Até que a mãe de Chéri resolve, convenientemente, casá-lo. Colette consegue evocar esta intimidade e o seu contexto com palavras precisas, sensuais e poéticas, que não excluem o sarcasmo em relação a um certo meio social e a análise subtil da psicologia feminina.
A tradução de José Saramago restitui-nos todos cambiantes da escrita de Colette com magnífica pujança e nitidez. Colette (1873-1954) é considerada uma das mais notáveis escritoras e mulheres da primeira metade do século XX.

«Nunca seria capaz de escrever como Colette. Nunca li nada que igualasse as suas descrições. Era uma escritora muito sensual e muito à frente do seu tempo. (…) A cena final é por demais comovente; leva-me às lágrimas.»
Oprah Winfrey
 
«Um excelente tópico, exposto com inteligência, mestria e compreensão dos mais secretos desejos carnais.»
André Gide
 
«Colette humanizava tudo aquilo em que tocava. Vivia e advogava a sensualidade; e entregou-se aos prazeres sensuais com tal delicadeza de percepção, com tal elegância na dor e no êxtase físicos, que elevou a sensualidade a excelência.»
The Times
 
«Chéri é a obra-prima de Colette.»
The New Republic
 
«Dramático e comovente…»
The New York Times


Love

Toni Morrison



Love é o oitavo romance da americana Toni Morrison. Publicada nos EUA em 2003, esta obra só agora chega às bancas portuguesas com tradução de Maria João Freire de Andrade e chancela da Dom Quixote. Toni Morrison, nome artístico de Chloe Anthony Wofford, nasceu em 1931 no Estado americano do Ohio.
Tendo-se estreado na literatura em 1970, depressa granjeou a simpatia dos leitores e da crítica, quer pelo poder épico das suas obras, quer pela carga poética e riqueza expressiva com que retrata a América Negra. Com efeito, enquanto escritora e enquanto cidadã, esta afro-descendente revelou desde sempre uma sensibilidade apurada pelos direitos civis e pela igualdade entre raças. Com vários prémios literários no currículo, Toni Morrison foi consagrada com o Prémio Nobel da Literatura em 1993.
Ao longo de dez capítulos, o primeiro dos quais sem numeração e constituindo uma espécie de prefácio, Toni Morrison narra a história de três gerações da família Cosey. Bill Cosey, o patriarca falecido há já 25 anos no presente diegético, Heed a sua segunda esposa, Christine a sua neta (da mesma idade de Heed) e May, mãe de Christine e nora de Bill. A acção passa-se numa cidade costeira chamada Silk, perto de Up Beach, onde Bill possuíra nos anos 40 o Cosey’s Hotel and Resort, um hotel de luxo frequentado pela classe mais alta da sociedade negra americana, que oferecia bom clima, boa praia, boa música e bom ambiente.
A ascensão e o declínio desta família, plasmados no próprio edifício do hotel, são contados por duas vozes narrativas distintas. A obra começa e termina na primeira pessoa do singular e em itálico, com a voz de L, uma narradora homodiegética. L é a antiga cozinheira do hotel, uma testemunha privilegiada dos acontecimentos narrados e aquela que, logo no primeiro capítulo se apresenta como aquela que vai contar “uma velha história popular”, ou melhor, “apenas mais outra história inventada para assustar mulheres perversas e castigar crianças desobedientes” (p.17). No entanto, L nunca chega a revelar o seu nome, pelo que o próprio título do livro, mantido em inglês pela tradutora portuguesa, poderá ser interpretado como o nome por detrás da inicial L. A maior parte do enredo é, no entanto, relatado por um narrado heterodiegético na terceira pessoa. A genialidade da autora reside precisamente no modo como este narrador, omnisciente, se cola à perspectiva de diversas personagens para revelar as várias versões dos mesmos acontecimentos. Dito de outro modo, o leitor é confrontado com várias visões da realidade e é a ele que cabe decidir em qual das versões deve acreditar. O poder de manipulação das palavras é extremamente exigente e só um leitor implicado poderá acompanhar o ritmo dialógico da narração.
Quanto à história propriamente dita, pode dizer-se que a narrativa começa com a chegada de Junior Viviane à Monarch Street, a rua onde se situa o palacete habitado e disputado por Heed e Christine. Estas duas mulheres, outrora amigas inseparáveis, vivem entregues a um sentimento de ódio e traição que elas próprias não sabem muito bem como ou por que razão começou. Será aliás a arqueologia dessa inimizade que funcionará como motor da narrativa. Junior Viviane é, por seu turno, uma espécie de quarta geração que, não estando unida pelos laços de sangue, é imediatamente acolhida no palacete e por lá ficará, também ela sequestrada pelo magnetismo do patriarca desaparecido.
Em cada capítulo, a história desta família vai sendo reescrita, explicada, expandida e refeita. As peças perdidas de um passado impossível de alterar, vão sendo descobertas e encaixadas como se de um puzzle se tratasse. O olhar do narrador heterodiegético é necessariamente caleidoscópico, pois só um olhar assim poderia almejar atingir os interstícios da realidade e trazer à luz do dia o amor que subjaz a todo o ódio que povoa o presente. O amor extremo impediu, no passado, a comunicação entre as personagens. Esse amor sem palavras tomou a forma de um ódio destruidor e homicida.
A pouco e pouco, o leitor vai ouvindo falar de outras mulheres que se cruzaram no caminho da família Cosey. Julia, a primeira mulher de Bill, morre quando o filho destes tem apenas doze anos. Já adulto, Billy Boy, o único filho de Cosey, casa com May, uma rapariga da classe média, filha de um pregador itinerante. Anos mais tarde, conhece a melhor amiga da neta Christine, Heed, e casa com a menina de apenas 11 anos. Este casamento choca a família e a comunidade, mas o poder e o dinheiro de Bill permitem-lhe fazer o que quer, sem se preocupar com o que os outros dizem. Será esta união perversa e imoral de um homem com uma criança que irá acelerar o trágico destino da família. May, a nora que entretanto fica viúva, sente o seu poder diminuído e a herança da filha ameaçada. Ela acaba com a amizade das duas crianças e torna a vida de Heed num inferno.
Estas mulheres e outras mulheres, das quais se destaca Celestial por ser a favorita de Bill, disputam ferozmente o amor e a atenção de Bill. As suas vidas são desperdiçadas nessa luta, até ao momento em que, um quarto de século volvido sobre a morte de Bill Cosey, tudo se esclarece. As tréguas chegam, no entanto, tarde de mais. O clã Cosey está já destruído e não há lugar para vencedores nem vencidos, apenas para sobreviventes.
O que esta obra surpreendente nos traz são motivos de reflexão intemporais e universais: a importância da comunicação, a fragilidade das relações humanas, a força edificante e/ou destruidora do amor, a importância da família, as implicações que um acto odioso pode ter no curso da nossa vida e no curso da vida dos outros. Em suma, Love lembra-nos que o amor não sobrevive à falta de comunicação e que a ausência de diálogo e de entendimento só poderão conduzir ao ódio.

Possession

A Casa dos Espíritos

Isabel Allende



Um best-seller e um sucesso da crítica na Europa e na América Latina, A Casa dos Espíritos é um épico magnífico à família Trueba - os seus amores, as suas ambições, as suas buscas espirituais, as suas relações e a sua participação na história do seu tempo, uma história que se torna destino e que os surpreende a todos.
Começa - no virar do século, num país da América do Sul sem nome - na casa de infância da mulher que se tornará a mãe e a avó do clã, Clara del Valle. Uma rapariga de coração bondoso e hipersensível, Clara foi distinguida desde tenra idade com capacidades telepáticas - consegue ler a sorte, mover objectos como se tivessem vida própria e prevê o futuro. A seguir à morte misteriosa da sua irmã, Rosa a Bela, Clara fica muda durante nove anos, resistindo a todas as tentativas para a fazer falar. Quando quebra o silêncio é para anunciar que se irá casar em breve.
O seu futuro marido é Esteban Trueba, um homem severo e obstinado, dado a acessos de raiva e assombrado por uma profunda solidão. Aos trinta e cinco anos regressa à capital para visitar a sua mãe moribunda e encontrar uma esposa. Foi em tempos o noivo de Rosa e a sua morte marcou-o tão profundamente como a Clara. Ele é o homem que Clara previu que se iria tornar seu marido. Por seu lado, Esteban irá conceber uma paixão por Clara que durará o resto da sua longa e rancorosa vida.
Acompanhamos este casal logo que se mudam para uma casa extravagante que ele constrói para ela, uma estrutura que todos chamam de "a casa grande da esquina", que cedo é povoada pelos amigos espiritualistas de Clara, artistas que patrocina, os casos de caridade pelos quais se interessa, pelos camaradas políticos de Esteban e, acima de tudo, pelas crianças: Blanca, uma rapariga prática e retraída que irá manter, para fúria do seu pai, uma relação para a vida com o filho do seu capataz; e os gémeos, Jaime e Nicolás, o primeiro solitário e taciturno, que se torna médico dos pobres e desafortunados e o segundo um playboy, um diletante das religiões orientais e das disciplinas míticas, e na terceira geração a filha de Blanca, Alba (a família não irá reconhecer o verdadeiro pai durante anos, tão grande é a fúria de Esteban), uma criança que irá ser acarinhada, mimada e educada por todos eles.
Por toda a sua boa sorte, pelos seus talentos naturais (e sobrenaturais), pelos fortes laços que os unem uns aos outros, os habitantes da "casa grande da esquina" não são imunes às grandes forças do mundo. Ao bater do século XX, à medida que Esteban se torna mais cortante na sua oposição ao comunismo, à medida que Jaime se torna amigo e confidente do líder socialista conhecido como "O Candidato", à medida que Alba se apaixona por um estudante radical, os Truebas tornam-se actores - e vítimas - numa trágica série de eventos que dá a A Casa dos Espíritos uma ressonância e significado mais profundos.
Esta é a realização suprema deste romance esplêndido que nos faz sentir membros desta grande, apaixonada (e, por vezes exasperante) família, a quem nos ligamos como se da nossa própria família se tratasse.
No panorama da actual literatura hispano-americana, nenhum nome de mulher tinha conseguido até agora ocupar um lugar cimeiro. Faltava pois uma romancista. A impecável desenvoltura estilística, a lucidez histórica e social e a coerência estética, patentes em A Casa dos Espíritos fazem do primeiro romance de Isabel, um livro inesquecível.

Bronzes Figurativos Romanos de Portugal

António José Nunes Pinto

Possessão

«Um homem é a história dos seus alentos e pensamentos, actos, átomos e feridas,amor indiferença e aversão e também da sua raça e nação, da terra que o alimentou a ele e aos seus antepassados, das pedras e areias dos seus lugares familiares, das batalhas e lutas da consciência por longo tempo silenciadas, dos sorrisos das raparigas e das vagarosas sentenças das velhas, dos acidentes e da acção gradual da lei inexorável de tudo isto e de alguma coisa mais, uma única chama em que  tudo obedece às leis do próprio fogo, e contudo se acende e se apaga de um momento para o outro, e nunca pode ser reacendida em toda a extensão dos tempo.»

Randolph Henry Ash in Possession

Sometimes

Reamonn

Eterno abraço



Desenterrado casal abraçado há mais de 6000 anos
Lembra um poema: arqueólogos italianos desenterraram um casal abraçado na cidade de Mantova, a norte do país. A descoberta é considerada «um caso extraordinário».

«Porém mais tarde, quando foi volvido/ Das sepulturas o gelado pó, / Dois esqueletos, um ao outro unido, /Foram achados num sepulcro só» são os últimos versos de «Noivado do Sepulcro», elegia ultra-romântica do poeta português Soares dos Passos. 
Contudo, esta fantasia oitocentista tornou-se realidade: na cidade de Mantova, os arqueólogos desenterraram dois esqueletos neolíticos, à primeira vista jovens, ternamente abraçados.
Elena Menotti, líder das escavações, considerou que a descoberta é um «caso fantástico». A arqueóloga afirmou ainda que as duas ossadas pertencem quase certamente um homem e uma mulher jovens devido à arcada dentária bem conservada. 
«Devo dizer que quando nós os descobrimos ficamos muito entusiasmados. Tenho este emprego há 25 anos. Fiz escavações em Pompeia, todos os sítios famosos», declarou Menotti à Reuters. «Mas eu nunca fiquei tão comovida assim, porque esta é a descoberta de algo especial».
Um laboratório tentará determinar a idade do casal à época da morte e há quanto tempo estão enterrados.
Fonte: dora.guennes@sol.pt e Reuters.

Rebecca

Daphne Du Maurier




Escrito em 1938, Rebecca é uma obra de fôlego, diversas vezes adaptada ao cinema. Porém, só em 1941, numa versão de Alfred Hitchcock, o filme ganharia protagonismo, chegando mesmo a vencer dois Óscares estando nomeado para nove categorias.
Rebecca é um clássico onde os sentimentos adquirem um lugar de destaque. Sentimentos no feminino, já que se trata da história de duas mulheres que se envolvem com o mesmo homem, apenas com uma particularidade: Rebecca está morta. E é o fantasma, embora nunca visível, do seu passado que assombra a nova mulher, agora casada com o nobre britânico e apaixonado de Rebecca. A intriga é assombrosa e ao mesmo tempo envolvente deixando sempre a sensação de que Rebecca é omnipresente. E é com esta imagem antiga que a nova mulher do viúvo Maxim de Winter terá de enfrentar todos os que amavam Rebecca e que a encaram como alguém que veio para lhe roubar o lugar.
Rebecca é o romance que celebrizou Daphne du Maurier e que conheceu 28 reedições em quatro anos só na Grã-Bretanha.

«Esta narrativa arrepiante e plena de suspense continua tão apelativa e cativante como na altura da sua primeira publicação».
Daily Express

Vaza-me os olhos...

Rainer Maria Rilke

Vaza-me os olhos: continuarei a ver-te,
Tapa-me os ouvidos: continuarei a ouvir-te,
Mesmo sem pés chegarei a ti,
Mesmo sem boca poderei invocar-te.
Decepa-me os braços: poderei abraçar-te
Com o coração como se fosse a mão.
Arranca-me o coração: palpitarás no meu cérebro.
E se me incendiares o cérebro,
levar-te-ei ainda no meu sangue


Rainer Maria Rilke (1875-1926)
In Qual É a Minha ou a Tua Língua? – Cem poemas de amor de Outras Línguas(Tradução de Jorge Sousa Braga)

O Ano Da Morte De Ricardo Reis

José Saramago



Foi na biblioteca da escola industrial que O Ano da Morte de Ricardo Reis começou a ser escrito... Ali encontrou um dia o jovem aprendiz de serralheiro (teria então 17 anos) uma revista - Atena era o título - em que havia poemas assinados com aquele nome e, naturalmente, sendo tão mau conhecedor da cartografia literária do seu país, pensou que existia em Portugal um poeta que se chamava assim: Ricardo Reis.
Não tardou muito tempo, porém, a saber que o poeta propriamente dito tinha sido um tal Fernando Nogueira Pessoa que assinava poemas com nomes de poetas inexistentes nascidos na sua cabeça e a que chamava heterónimos, palavra que não constava dos dicionários da época, por isso custou tanto trabalho ao aprendiz saber o que ela significava. Aprendeu de cor muitos poemas de Ricardo Reis («Para ser grande sê inteiro/Põe quanto és no mínimo que fazes»), mas não podia resignar-se, apesar de tão novo e ignorante, a que um espírito superior tivesse podido conceber, sem remorso, este verso cruel: «Sábio é o que se contenta com o espetáculo do mundo.»
Muito, muito tempo depois, o aprendiz, já de cabelos brancos e um pouco mais sábio das suas próprias sabedorias, atreveu-se a escrever um romance para mostrar ao poeta das Odes alguma coisa do que era o espetáculo do mundo nesse anos de 1936 em que o tinha posto a viver nos seus últimos dias: a ocupação da Renânia pelo exército nazista, a guerra de Franco contra a República espanhola, a criação por Salazar das milícias fascistas portuguesas. Foi como se estivesse a dizer-lhe: «Eis o espetáculo do mundo, meu poeta das amarguras serenas e do cepticismo elegante. Desfruta, goza, contempla, já que estar sentado é a tua sabedoria...»
José Saramago

Ricardo Reis nasceu em 1887
(Não me lembro do dia e do mês,
mas tenho-os algures),
no Porto, é médico
e está presentemente no Brasil
Fernando Pessoa
(carta de 13 de Janeiro de 1935)


Ricardo Reis regressou
a Portugal depois da morte
de Fernando Pessoa.
José Saramago

Um Adeus Português

Alexandre O'Neill


Nos teus olhos altamente perigosos
vigora ainda o mais rigoroso amor
a luz de ombros puros e a sombra
de uma angústia já purificada
Não tu não podias ficar presa comigo
à roda em que apodreço
apodrecemos
a esta pata ensanguentada que vacila
quase medita
e avança mugindo pelo túnel
de uma velha dor
Não podias ficar nesta cadeira
onde passo o dia burocrático
o dia-a-dia da miséria
que sobe aos olhos vem às mãos
aos sorrisos
ao amor mal soletrado
à estupidez ao desespero sem boca
ao medo perfilado
à alegria sonâmbula à vírgula maníaca
do modo funcionário de viver
Não podias ficar nesta cama comigo
em trânsito mortal até ao dia sórdido
canino
policial
até ao dia que não vem da promessa
puríssima da madrugada
mas da miséria de uma noite gerada
por um dia igual
Não podias ficar presa comigo
à pequena dor que cada um de nós
traz docemente pela mão
a esta pequena dor à portuguesa
tão mansa quase vegetal
Não tu não mereces esta cidade não mereces
esta roda náusea em que giramos
até à idiotia
esta pequena morte
e o seu minucioso e porco ritual
esta nossa razão absurda de ser
Não tu és da cidade aventureira
da cidade onde o amor encontra as suas ruas
e o cemitério ardente
da sua morte
tu és da cidade onde vives por um fio
de puro acaso
onde morres ou vives não de asfixia
mas às mãos de uma aventura de um comércio puro
sem a moeda falsa do bem e do mal

* * *

Nesta curva tão terna e lancinante
que vai ser já é o teu desaparecimento
digo-te adeus
e como um adolescente
tropeço de ternura
por ti.

Estatueta da Deusa Fortuna (Lameirancha)

Museu Nacional de Arqueologia



Estatueta de Fortuna
Proveniência: Lameirancha. Torres Novas
Cronologia: Época Romana. Séc. I d.C.
Tipologia: Estatueta de Fortuna em bronze
Dimensão: altura 16 cm largura 6,5 cm espessura 2,7 cm
Categoria: Bronzes figurativos
Nº de inventário: 17905

Fortuna representada por uma mulher jovem envergando uma longa túnica e coroada por um pequeno diadema. Como atributos segura, na mão esquerda, uma cornucópia dupla plena de elementos vegetalistas; a mão direita apresenta-se em posição de segurar o leme do Destino, que ora falta. Trata-se de uma peça de grande qualidade, por certo cópia de um protótipo clássico, executada muito provavelmente na época de Augusto e produto de importação. As suas características físicas apontam para um culto doméstico, de larário.

Fonte: Museu Nacional de Arqueologia

A Pianista

Elfriede Jelinek




Prémio Nobel da Literatura 2004

Ela não bebe, não fuma, dorme ainda, aos 36 anos, na cama da mãe e adora ficar em casa.
De cada vez que os seus horários de professora de piano no Conservatório de Viena lho permitem, entretém-se porém a frequentar os “peep-shows” e outros espectáculos pornográficos. Quando um dos seus alunos se apaixona por ela, Erika Kohut apenas tem para lhe oferecer uma relação sado-masoquista, onde se joga à luz dos dias de hoje a velha relação entre o escravo e o senhor.
Cruel, feroz e ao mesmo tempo de um cómico irrestível, A Pianista não poupa as veneráveis instituições da sociedade burguesa e põe a nu os labirintos do sexo e das suas nevroses.

Considerada na Áustria e na Alemanha como a mais importante autora da sua geração, Elfriede Jelinek tem já publicado em Portugal o seu romance Lust.

"Pela sua crueldade e crueza, o romance de Elfriede Jelinek evoca certos quadros expressionistas de Kokoschka. Decadente, fim de século, irónico e arrepiante, ele provoca a fascinação ou o repúdio, mas em caso algum nos deixa indiferentes." -
Claire Julliard, Lire

"Os seus livros valeram a Elfriede Jelinek ser tão contestada no seu país como Thomas Bernhard. O que é para nós uma referência." -
Dominique Autrand

Cry Me A River

Diana Krall

Foi para ti que criei as rosas

Eugénio de Andrade


Foi para ti que criei as rosas.
Foi para ti que lhes dei perfume.
Para ti rasguei ribeiros
e dei ás romãs a cor do lume.


Ev'ry Time We Say Goodbye

Natalie Cole

Leva-me Contigo

M.J. Hyland



John Egan possui um talento invulgar: sabe quando as pessoas estão a mentir. Ele espera que um dia esse dom lhe traga fama e fortuna e assegure uma entrada no Guinness Book of World Records, mas, enquanto isso não acontece, tem de enfrentar as tendências destrutivas da sua família afectuosa mas frágil.
Quando os Egan são obrigados a sair da casa onde vivem, no campo, trocando-a por um apartamento de habitação social na cidade de Dublin, John vê-se confrontado com um mundo hostil, onde todas as certezas desaparecem. Mesmo a sua relação com a mãe - com quem tem grande cumplicidade - começa a deteriorar-se. No meio da confusão instalada, John só pode fiar-se numa coisa: a sua capacidade de detecção de mentiras. Mas a obsessão de John com a descoberta da verdade depressa se torna uma fixação violenta e aterrorizadora.
John Egan é perturbante na sua complexidade psicológica: um misto de inocência e raiva ameaçadora. Contado de modo simples e escrito com mestria, Leva-me Contigo proporciona uma leitura intensa e inquietante, narrando uma história singular de amor alucinado. É um livro difícil de esquecer.

Prémio Hawthornden 2007
Prémio Encore 2007
Finalista do Prémio Man Booker 2006

«Este é um romance de grande qualidade (…) Uma história simultaneamente sensível e inquietante, plena de humor contido.»
J. M. COETZEE
 
«Leva-me Contigo é implacável, empolgante e está escrito com uma leveza enganadora. Trata-se de uma obra de um brilhantismo discreto. M. J. Hyland é indubitavelmente uma escritora de grande talento.»
ALI SMITH
 
«Leva-me Contigo, de M. J. Hyland é subtil, intenso e fascinante. Estas são as coisas que vêm à superfície nas famílias comuns, desagregrando-as ou mantendo-as unidas - verdade, traição, amor incondicional e perdão. O livro agarra ferozmente o leitor e não o deixa afastar-se. Hyland é sábia e extraordinariamente talentosa.»
LISA MOORE

A perfect match...

As Vinhas da Ira

John Steinbeck



No resumo da edição portuguesa lê-se: "As Vinhas da Ira é um romance sobre a dignidade humana em condições desesperadas."
É a história de uma família de agricultores de Oklahoma que migram para a Califórnia em busca de trabalho durante a Grande Depressão. Entre 1930 e 1939, as grandes planícies do Texas e do Oklahoma foram assoladas por centenas de tempestades de poeira que causaram um desastre ecológico sem precedentes, agravaram os efeitos da Grande Depressão, deixaram cerca de meio milhão de americanos sem casa, e provocaram o êxodo de muitos deles para Oeste, nomeadamente para a Califórnia, em busca de trabalho.
Em As Vinhas da Ira, a família Joad encontra-se nesta viagem à procura de uma nova vida com milhares de migrantes que se deslocam pelos mesmos motivos. Todos em velhos camiões.
E noite após noite, eles e os seus companheiros de desdita reinventam toda uma sociedade: escolhem-se líderes, redefinem-se códigos implícitos de generosidade, irrompem acessos de violência, de desejo brutal, de raiva assassina.
Este romance que é universalmente considerado a obra-prima de John Steinbeck é o retrato épico do desapiedado conflito entre os poderosos e aqueles que nada têm, do modo como um homem pode reagir à injustiça, e também da força tranquila e estóica de uma mulher.
As Vinhas da Ira é um marco da literatura norte-americana.

James Bond 007: GoldenEye

Tina Turner

Sinal da Cruz

Chris Kuzneski




Quatro pessoas são assassinadas nos quatro cantos do mundo como um Sinal da Cruz. Todos morrem crucificados. Em Orvieto, no centro de Itália, existem umas catacumbas romanas. Um velho arqueólogo, juntamente com a aluna Maria Pelati descobrem o segredo da crucificação de Cristo.
Que mistérios envolvem Pilatos, Cristo e Tibério? O que aconteceu ao terceiro dia?
Um plano com dois mil anos está prestes a ser desvendado, pois os segredos não o são para sempre!
Uma história tão bem montada que nos deixa de boca aberta e fica na nossa mente bem depois de lida a última página.

Sinal da Cruz esteve no top ten de vendas britânico e norte-americano.

«Porque não dar-lhes o Prometido? Vamos alimentar os famintos com o alimento que nós escolhermos, permitindo que façam o banquete com a chegada do seu salvador; poderão beber o seu Cristo e regozijarem-se nos seus ensinamentos, palavras que não nos ameaçarão, pois sabemos que se trata apenas de um peão que elevámos à altura de Júpiter.
Para que tal tenha sucesso, não pode haver dúvida entre os Judeus; têm de testemunhar um acto de deus com os seus próprios olhos, um feito tão mágico, tão misterioso que as gerações vindouras cantarão o seu esplendor para a eternidade, terminando definitivamente a sua busca pelo Messias, pois pensarão que ele já chegou.»

She

Charles Aznavour

Kafka à Beira-Mar

Haruki Murakami



Kafka à Beira-Mar narra as aventuras (e desventuras) de duas estranhas personagens, cujas vidas, correndo lado a lado ao longo do romance, acabarão por revelar-se repletas de enigmas e carregadas de mistério. São elas Kafka Tamura, que foge de casa aos 15 anos, perseguido pela sombra da negra profecia que um dia lhe foi lançada pelo pai, e de Nakata, um homem já idoso que nunca recupera de um estranho acidente de que foi vítima quando jovem, que tem dedicado boa parte da sua vida a uma causa - procurar gatos desaparecidos.
Neste romance os gatos conversam com pessoas, do céu cai peixe, um chulo faz-se acompanhar de uma prostituta que cita Hegel e uma floresta abriga soldados que não sabem o que é envelhecer desde os dias da Segunda Guerra Mundial. Assiste-se, ainda, a uma morte brutal, só que tanto a identidade da vítima como a do assassino permanecerão um mistério.
Trata-se, no caso, de uma clássica (e extravagante) história de demanda e, simultaneamente, de uma arrojada exploração de tabus, só possível graças ao enorme talento de um dos maiores contadores de histórias do nosso tempo.

"Um dos melhores romances de Murakami."
Newsweek


"Kafka à Beira-Mar é vivamente recomendado; leia-o ao seu gato."
Washington Post

Inside and Out

Feist