ASA - A Teia de Aranha (Opinião)

Agatha Christie



















Clarissa, mulher de um diplomata, gosta de sonhar acordada. "Imagina que um dia eu encontrava um cadáver na biblioteca, qual seria a minha reação?", diz num devaneio. O que ela não podia prever é que vai ter oportunidade de descobrir precisamente isso quando tropeça num corpo... na sua própria sala! Desesperada, convence os seus amigos a ajudá-la a livrar-se do morto, sabendo que, entre eles, está o assassino. E se um inspetor da polícia chegasse de repente...? Escrito originalmente por Agatha Christie em 1954 como uma peça de teatro, A Teia de Aranha (Sipder`s Web) foi adaptada para romance por Charles Osborne em 2000.


Opinião 
Mais um livro surpreendente da Rainha da Morte.
Agatha Christie consegue surpreender-me sempre e, com este livro, não foi excepção.
Diferente dos outros livros da autora, este policial poderia facilmente ser adaptado a uma peça de teatro. Toda a acção deste policial decorre no mesmo espaço: a sala. E é nessa sala que, misteriosamente, nos deparamos com um cadáver.
No início, confesso que fiquei um pouco confusa: as personagens são várias mas toda a acção decorre no mesmo local. Quase que podemos ver as personagens a entrar e a sair de cena,desempenhando o seu papel na perfeição. Toda a acção desenrolada no exterior fica a cargo da imaginação do leitor. Mas a autora adiciona um ingrediente que torna este livro muito mais intrigante: uma dama que gosta de pregar pequenas partidas aos amigos através de "inocentes" mentiras. As histórias que Clarissa conta aos seus amigos confundiram-me um pouco mais e adicionaram mais um pouco de mistério.
Quando um corpo aparece atrás do sofá, e a polícia aparece a verdade é a única maneira de se descobrir o verdadeiro assassino. Mas, tal como na história de Pedro e o Lobo, depois de tantas mentiras ninguém acredita quando se conta a verdade.
Será tudo fruto da imaginação de uma mulher propensa a pequenas mentirinhas ou haverá alguma verdade no meio de todas essas mirabolantes histórias?
Mesmo doente, não consegui parar de ler até o verdadeiro assassino ser desvendado num final ainda mais surpreendente do que qualquer um dos jogos da Clarissa .


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