Planeta - Um Homem Imoral (Opinião)

Emma Wildes





Um libertino, ainda que disfarçado











Apesar da sua beleza, Lady Amelia Patton viveu uma vida protegida entre os seus livros. Quando, de repente, se apercebe que é considerada a beldade do Ton, não fica muito satisfeita. O pai, Lorde Hathaway, deseja casá-la, mas a última pessoa que escolheria para marido dela é o filho do seu pior inimigo…
Alexander St. James é um ladrão de corações, mas não é nenhum assaltante.
No entanto, tem de recuperar um objecto que pertence à sua família para evitar um escândalo e, por isso, entra furtivamente em casa de Lorde Hathaway, não estando à espera de deparar com a sedutora Lady Amelia no quarto, usando apenas uma camisa de renda…
Desde o primeiro encontro entre ambos que Alexander deixa Amelia sem fôlego – será de medo ou de excitação? Fascinado com a beleza dela e encantado com a sua inteligência, ignora os mexericos escandalosos, à medida que parte à sedução da mulher dos seus sonhos…


Opinião
O fruto proibido é, naturalmente, o mais apetecido.
Alexander St. James herdou do irmão mais velho a fama de libertino mas, ainda assim, a sua elevada posição social e fortuna tornam-no num dos solteiros mais cobiçados de Londres e muitos seriam os pais que não se importariam de o ter como genro. Mas não o pai da jovem a quem rouba um beijo inesquecível e proibido...
Lady Amelia Patton é a donzela em apuros deste romance. Romântica mas prática, inocente mas desprovida de pudor e dona de um excelente sentido de humor, Amelia está longe de ser a típica menina mimada que costumam povoar os romances históricos.
Jovem filha de um conde que, tendo vivido toda a sua vida na província, vai para Londres para fazer o seu début e encontrar um marido que o pai considere recomendável. A sua juventude não é, felizmente, sinónimo de infantilidade. Considerada uma das beldades do momento, não é fútil nem vaidosa. O facto de ter um cérebro e de saber usá-lo intimida, para a sua alegria, os homens desinteressantes impingidos pelo pai na tentativa de forçá-la a escolher um marido. Qualquer marido excepto um St. James...
Ambos teêm, desde o início, conhecimento da rivalidade existente entre as duas famílias mas, tal como no passado, a paixão que os une é superior à razão. Alex demora a perceber que está apaixonado pela bela e culta Lady Amelia mas, quando se apercebe da intensidade dos seus sentimentos e que é correspondido assume uma atitude protectora em relação à jovem. E muitos vão ser os obstáculos a ultrapassar. Tendo combatido como Oficial em Espanha, Alex é corajoso o suficiente para enfrentar o pai da jovem, o inimigo do seu pai.
Confesso que me foi impossível deixar de comparar a escrita desta autora a Madeline Hunter. Nunca tinha lido nenhum livro de Emma Wildes ao passo que já li grande parte dos livros de Madeline Hunter editados em Portugal. As semelhanças são evidentes: ambas escrevem tórridos romances históricos, as jovens debutantes são seduzidas por afamados libertinos e, ironia dos destinos, vários são os casos em que as famílias são inimigas.
Deixem-me dizer-vos que as semelhanças ficam-se por aí. Confesso que começo a ficar um pouco aborrecida com os romances de Madeline Hunter, com as suas jovens imaturas, ingénuas e algo fúteis. Emma Wildes ganha-lhe nisso. Com um enredo muito bem construído, personagens fortes e bem desenvolvidas e um intrigante mistério familiar para aguçar a curiosidade dos leitores esta história acaba por ser muito mais do que o romance sensual prometido na sinopse.
Estou desejosa de ler mais livros da autora que, suspeito, tenham como protagonistas os igualmente infames amigos de Alexander.

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